Quando os gregos chegaram ao Peloponeso, vindos do Norte, ainda não
constituíam um povo, e sim tribos que falavam dialetos diferentes e eram
comandados por líderes distintos. As mais famosas eram os jônios, dórios e eólios. Posteriormente, localizando-se em regiões diversas desta Península, deram origem a uma das mais brilhantes civilizações da Antiguidade.
Em contato com os fenícios, desenvolveram o comércio,
a navegação, e com eles aprenderam a arte da escrita. Os gregos,
principalmente os atenienses, eram dinâmicos e curiosos, adoravam
novidades e mudanças. Essa característica os levou a desenvolver uma
arte e uma cultura sem igual, com a criação de uma mitologia
particularmente rica, da filosofia, do teatro, e de revoluções
esportivas, com a instituição das Olimpíadas - realizadas de quatro em
quatro anos, em honra a Zeus -, concepções que até hoje compõem o tesouro cultural da humanidade.
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Atirador de Discos. Aprox. 460 a.C. |
Esta produção artística ficou conhecida como arte micênica, incluindo a elaborada no continente e nas ilhas, com exceção de Creta, onde se desenvolvia um estilo diferente, o minóico.
Os artistas gregos buscam exprimir o que contemplam na Natureza,
buscando em suas obras expressar a perfeição, a harmonia, o equilíbrio e
o ritmo
ideais. Entusiasmados com a vida, apaixonados pelo presente, eles são
seres racionais, sob o governo de homens que não se igualam aos deuses,
mas que buscam também na política a expressão maior, daí o exercício da
democracia pelos atenienses.
Agora os deuses dão lugar aos homens no centro do universo, ou seja, ao antropocentrismo, que, ao lado do racionalismo e da procura das proporções e medidas perfeitas, marca a pintura, a arquitetura e a escultura gregas. Após uma fase de influência mesopotâmica, a arte grega conheceu um período de fertilidade e maturidade, durante o período arcaico,
que durou até 475 a.C. A base da produção artística posterior foi
construída neste momento, com a definição de seus pilares estéticos.
Depois de enfrentar os persas
nos campos de batalha, a arte grega obteve uma conquista importante, a
de sua autonomia cultural na região mediterrânica. A fase clássica
estendeu-se de 475 a.C. até 323 a.C., constituindo o último período
artístico essencialmente grego. Esta etapa, liderada por Atenas e sob a
égide de Péricles, protagonizou uma espécie de idade de ouro grega.
Na arquitetura, os templos foram edificados a partir do século VII. Os
primeiros eram uma espécie de cabana, construída com madeira, cascalho
ou tijolos de barro, algumas vezes com tetos de folhas. Colunas de pedra
são egressas do século VI, momento em que os arquitetos passam a
desenvolver o trilito – dois pilares de sustentação e um fecho
horizontal. Os templos gregos apresentavam uma harmonia simétrica entre o
átrio de entrada e o dos fundos. O mais importante é o Partenon,
de Atenas. Além dos templos, os teatros, os ginásios esportivos e as
ágoras, locais de reunião dos gregos, nos quais eles se concentravam
para debater os assuntos mais variados, são exemplos conhecidos da
arquitetura grega.
Na pintura, a expressão maior era a arte cerâmica. Os vasos gregos são
muito conhecidos por seu colorido, sua harmonia, o equilíbrio de suas
formas, a busca da perfeição. Utilizados em rituais religiosos, tinham
também objetivos funcionais, para armazenar água, vinho, azeite e
mantimentos. Suas formas correspondiam estritamente ao seu uso. Suas
pinturas reproduziam cenas cotidianas dos gregos e também passagens da
mitologia grega.
As esculturas gregas expressam os esforços artísticos mais sublimes, de
certa forma até hoje insuperáveis. Representam o ideal grego de
perfeição, o antropocentrismo, o equilíbrio e o movimento em seu grau
mais elevado. As do período arcaico foram profundamente influenciadas
pelos mesopotâmicos, egípcios e artistas da Ásia Menor. Duas modalidades
se destacam neste período – o Kouros, figura masculina, e a Koré,
imagem feminina. Escultores do século VI e princípio do V estudaram
detalhadamente o corpo humano, incrementando nas estátuas desta época
suas proporções e medidas. No período clássico
passa-se a procurar o movimento, usando-se então o bronze, mais
resistente que o mármore. As figuras femininas são libertas de suas
roupas, surgindo assim estátuas de mulheres nuas. No período
helenístico, já sob a influência romana, os seres são representados não
mais conforme idade ou personalidade, mas também segundo suas emoções ou
estados de espírito. Uma grande vitória atinge os escultores – alcançam
a arte de representar grupos de figuras, mantendo a aparência de
movimento e a beleza sob todos os ângulos de observação.
Principais escultores gregos da era clássica:
Praxíteles, Policleto, Fídias, Lisipo e Miron.